sábado, 30 de janeiro de 2016

Teté

Lembrança da minha querida tia Teté me acometeu esta tarde, lembrança das tardes de tirar jabuticabas da planta no seu quintal, ver o “pé” de jaca e ter medo que uma caísse na cabeça, ver os outros comendo cajus (Eu não gosto de caju). De ver o cachorrinho Sipim sem querer tomar banho, era um típico destruidor de sofás. Teté era muito beata- hoje vejo a magnitude- conservava um altar muito elaborado em sua casa. Tinha verdadeiro zelo pela imagem dos santos.  Eu mesmo com pouca idade sabia que aquilo era de extrema importância para ela. Na verdade mesmo aquelas imagens me causavam medo. Aquelas velas acesas me lembravam algo funeral. Ela zangava-se com bagunça de criança mas era muito de contar estórias. Lembro-me bem que contava muitas, mas eu recordo especialmente duas, em parte.
Numa tarde na casa de outro tio querido, num jardim muito bonito com rosas, gramíneas, cantinho do cachorro Apollo e uma estrutura de madeira onde se mantinha uma videira, aonde ela foi conosco pegar uvas. Era como entrar em uma casinha verde. As crianças e ela adentrando e a procurar uvas. Lembro-me que peguei muitas azedas. Nesse dia sentamos próximo as redes da área e ela começou:  
“Era uma vez uma baratinha que estava varrendo a casa e encontrou uma moeda. Achou que estava rica e já podia se casar.
Arrumou-se toda, colocou uma fita no cabelo e foi para a janela. A quem passava ela perguntava:
- Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?” Esse fragmento eu encontrei na internet depois de procurar por Dona baratinha. Mas nunca me saiu a lembrança do:
 “Dona baratinha, fita no cabelo e dinheiro na caixinha” [risos]
A outra estória que costumava contar e que eu apreciava era a da princesa que levava os candidatos para o posto de príncipe a um jardim, levantava um pouco o vestido no percurso e perguntava o que eles tinham mais gostado no jardim...Um teria dito que teria sido a planta de couve. A princesa decepcionada ficava com o que tinha dito que seria as pernas dela. [risos]
Muito galhofenta aquela Teté... Sobretudo, uma pessoa incrível que de alguma forma ainda vive.



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Marcas da vida.

Histórias pelas cicatrizes.
Cheia de cicatrizes.

Banheiro, Pedaços de cerâmica na parede, movimentos embriagados, corte na mão, sangue, indecisão entre sair ou não do banheiro, decide sair e à mostrar o corte:
- Marilia, acho que cortei e não para de sangrar.
- Meu deus!
- E agora?
-Pega essa toalha.
Passa remédio, com os dias sara e um algo fica: A marca de lua no dedo médio da mão direita.

(...)

No caminho...

Levei uma queda em 2015, hoje passei pelo mesmo lugar, passei lembrando, porém, passei levantando o pé direito e colocando no chão com uma força. Pensei: Aqui eu não caio mais! Refleti: As quedas tão aí pra isso mesmo pra que se levante depois, mas agora estou mais atenta quanto a esse caminho. Ainda no caminho encontro uma senhora que costumo ver por aqui pelas redondezas, nem sei seu nome, mas gosto de vê-la, já anciã, de vestuário simples e transparecendo tanta vida. Vê-la me faz pensar que a vida pode ir pra tanto, pra tão longe. Nunca havíamos nos falado, mas hoje ela estava parada em frente a uma parede dizendo: -Olha que lindo!
Eu, oportunista, parei, larguei minhas sacolas e fiquei observando a parede: - Ficou muito bonito, realmente!  

 

domingo, 10 de janeiro de 2016

terça-feira, 5 de janeiro de 2016