“A obra magna de Newton, princípios matemáticos de filosofia natural,
teve imenso impacto não só por seu conteúdo, como também pela espantosa
inovação de sua proposta: entender o mundo natural por meio de leis
matemáticas, rigorosamente quantificadas e postas a serviço de um audaz
raciocínio inquiridor. No entanto por mais inovador que Newton tenha
sido, mesmo ele teve que reconhecer a imensa divida com os que vieram
antes dele. Uma vez, questionado sobre como tinha sido capaz de ver tão longe, Newton respondeu: “Foi porque eu subi nos ombros de gigantes”.
Corre uma versão que diz que, ao falar a celebre frase, Newton estava,
na verdade, referindo-se desdenhosamente ao seu ferrenho rival,
Gottfried Leibniz, que disputava com ele a primazia de ter inventado o
cálculo diferencial. Dizem que Leibniz tinha só um metro e meio de
altura, e o que Newton na verdade estaria dizendo era: “posso ter
dependido de qualquer um, menos desse tampinha”. Prefiro não acreditar
numa interpretação assim tão mesquinha. A meu ver, Newton estava apenas
deixando claro que não teria ido a lugar nenhum começando do zero,
tentando reinventar a roda. Em muitos dos conhecimentos que ele usou
para formular suas leis do movimento e da gravidade ecoavam os trabalhos
de astrônomos como Copérnico, Galileu e Kepler….”
[Prefácio- Subindo nos Ombros de Gigantes: Os Heróis da Fascinante
Aventura Intelectual de Uma Ciência Chamada Ecologia- Livro: Ecólogos e
suas histórias. Um olhar sobre a construção de ideias ecológicas. Org.:
Ana Cristina Petry, Fernando Mayer Pelicice, Luzia Marta Bellini]