Domingo,
Choveu, fez sol, lá vou eu.
Entro no 26, dois meninos
sentados, 18 e uns quebrados, Panatis, sobe um bêbado, não era um bêbado
escandaloso, titubeou, sorriu, segurou forte nas cadeiras do ônibus, os
meninos se entreolham e riem. Avenida das fronteiras, sobe mais 3
meninos, camisas pretas, um de cabelo encaracolado, me lembrou Jimi
Hendrix, outro de bandana, uma bola de basquete. Os meninos sentados
reconhecem os que estão chegando, cumprimento amigável, um deles questiona:
“Vão pra onde?” O garoto tipo Jimi Hendrix: “Vamos jogar basquete em
ponta negra.” Outro complementa: “Esse aqui vai trabalhar mas a gente
vai jogar”. Avenida Paulistana, primeiro bar saindo das Fronteiras,
mesas na calçada, o bêbado animado acena da janela do ônibus para
conhecidos nas cadeiras do bar. Segue na avenida, sobe um garotinho com a
família, Christopher pergunta pelos pais, a tia diz: seus pais estão
ali, mas você tá com sua tia, segura firme. Alguns minutos, a mãe chama Christopher e sentam. O bêbado desce. Sobe a mulher da jujuba: “Tenho
três filhos menores, alguem pode pagar a passagem para eu vender a
jujuba?” Um homem grita lá de trás: - Passa que eu pago. Outro de meia
idade se adianta na frente, vai até o cobrador e apresenta o cartão. A
mulher continua: “ - Tô vendendo a jujuba, tenho 3 filhos menores,
desemprego”. Bernardo vieira, xiiii nem apreciei a pintura do muro da
escola estadual Rotary, passa a Secretaria municipal de trabalho e
assistencia social. Ponto anterior ao Midway, muita gente desce,
Cristopher vai sentar com a tia em uma cadeira mais alta. Parada do
midway, vai subir um cadeirante, o motorista se adianta para descer a
engenhoca-elevador que leva o cadeirante para o interior do ônibus.
Cristopher surpreso: “Nossa! Tem controle!” O cadeirante adentra no
ônibus, cabelo loiro ralinho, olhos claros. Acomoda-se e começa a falar:
“Eu uso fraudas, se alguém puder ajudar com qualquer quantia, perdi os
movimentos da cintura pra baixo”. E lá vai, passando as notas de 2
reais de um lado a outro do ônibus. Natal shopping, vai descer o
cadeirante, motorista se adianta ajuda a tirar o cinto do cadeirante,
Christopher de olhos atentos, a engenhoca-elevador desce com o
cadeirante, Christopher boquiaberto, reparo que no braço esquerdo de
Cristopher tem uma ferida bem cascuda. Estação de transferência 1 Bairro
latino, Sobe uma senhora com um mundaréu de sacolas. Eu me adianto:
“Senta aqui, já vou descer.” Ela agradece. Desci! Roberto freire
deserta, desfilei no atravessar. Cheguei!
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